Pedro Ernesto Bellato

pai pedro bioPedro Ernesto Bellato nasceu no dia 9 de maio de 1876, na comune de Mogliano Veneto, norte da Itália. Filho de Ângelo Giusepppe Bellato e Maria Chinellato di Angelo detta Vanin. Foi batizado em sua cidade natal e crismado em Treviso pelo bispo de Mântua Dom Giuseppe Melchiorre Sarto que posteriormente foi nomeado papa Pio X e canonizado em 3 de Setembro do ano de 1954 pelo Santo Padre o Papa Pio XII.

Pedro viveu sua infância ao lado de seus irmãos: Attílio, Armindo, Antônio, Amália e Sílvio, ajudando seu pai que era pedreiro. Pedro era um menino irrequieto e certa vez, em um passeio com a família, em Veneza, perdeu-se de seu pai e de seus irmãos na Praça de São Marcos. Depois de algum tempo foi encontrado e severamente advertido por seu pai.
Aos 16 anos foi guarda noturno de uma vinícola em Veneza, lá trabalhou até sua vinda para o Brasil, em janeiro de 1893.

Durante a viagem, Pedro conseguiu emprego na cozinha do navio Rosário e assim passava bem na alimentação.

No Brasil, desembarcou com seus familiares no porto de Santos, vindo para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, e, depois de algum tempo a família foi para a cidade mineira de Poços de Caldas onde, junto com seu pai e irmãos, trabalhou na construção de um templo católico.
Após o término do serviço mudaram-se todos para a cidade de Campestre.
Em Campestre, Pedro casou-se aos 18 anos, em 27 de janeiro de 1894, com Mariana Izaura da Silva, de 21 anos, filha de Rita Maria da Piedade. O casamento aconteceu na presença do Juiz de Paz e Casamentos Sr. Manoel Ramos Nogueira. Depois de algum tempo em Campestre foram para a cidade de Santo Antônio do Machado, onde nasceu seu primogênito José.

Por volta de 1897, Pedro e sua família retornaram para a cidade de Campestre, na companhia de seu irmão Silvio. Em Campestre, Pedro e Mariana casaram-se no religioso e tiveram os filhos: Ângelo, Aurora, Atílio, Rita e Pedro.

Por volta de 1915, Pedro e família vieram para a vila de Ponte Alta, onde já residiam seu pai Ângelo e seu irmão Armindo. Na vila de Ponte Alta nasceu o filho Carlos que faleceu em cinco de novembro de 1916, com 11 meses de idade, vitimado por meningite.

Pedro trabalhou como pedreiro por algum tempo, depois abriu um comércio de secos e molhados em um cômodo anexo a sua casa. Por ser uma pessoa generosa e muito caridosa, seu comércio não prosperou, pois doava gêneros alimentícios aos necessitados e não cobrava as contas dos fregueses então trabalhou por algum tempo na loja de ferragens de seu filho Atílio.

Pedro adquiriu da Mitra Diocesana, em 1936, um terreno na Rua União, hoje Rua Dr. Jefferson de Oliveira onde construiu sua casa. O terreno era muito grande e Pedro utilizava para plantar verduras e frutas que distribuía para seus vizinhos e parentes. Tinha no quintal uma parreira enorme que o fazia lembrar-se de sua querida Itália.

Pedro e Mariana eram católicos praticantes e frequentavam as missas dominicais. Todo ano, na época de Natal, Mariana armava um presépio em sua residência que era a alegria de amigos e familiares, principalmente de seus netos.

Pedro foi Delegado de Polícia na povoação e um dos fundadores, em 1937, da Vila de São Vicente de Paulo, onde exerceu, por muitos anos, o cargo de vice-presidente.

Em 1958 perdeu sua esposa Mariana, vítima de prolongada doença.

Pedro continuou seu trabalho na loja de ferragens até que, devido sua idade avançada, sentiu-se impossibilitado de exercer qualquer atividade e passou a residir na casa de seu filho José, sob os cuidados de sua neta Cidinha e cercado do carinho de seus familiares, até sua morte no ano de 1969.

Fonte: Depoimentos diversos.
Autor: Francisco de Paula Belato